Pacientes de Tapiramutá-BA, com fraturas passam a noite do lado de fora de hospital à espera de socorro em Salvador
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- Criado em Terça, 29 Agosto 2017 11:09
- Publicado em Terça, 29 Agosto 2017 11:09
- Escrito por Marcelo Barbosa JP
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Dois homens trazidos de cidades do interior da Bahia para serem atendidos no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, tiveram que passar a noite no estacionamento da unidade de saúde, dentro de ambulâncias, por falta de vagas. Com fraturas graves, os pacientes esperaram por horas e chegaram a procurar socorro em outros hospitais da capital baiana até serem atendidos na unidade.
Um dos dois pacientes foi o motociclista Tácio Oliveira, de 24 anos, que sofreu um acidente de moto, no domingo (27). O homem percorreu cerca de 360 km entre a cidade de Tampiramutá a Salvador, em uma ambulância do município. A vítima passou por três hospitais da capital baiana até chegar no HGE, onde precisou esperar horas, com fortes dores.
"Estou me sentindo humilhado, porque vim para um setor desse, de um hospital de um porte desse, e chegar aqui com uma fratura exposta dessa e eles virarem a cara", desabafou Tácio Lima.
A técnica de enfermagem Cleia Alves, que acompanhava a vítima na ambulância, também falou sobre o caso."Uma fratura esposta ficar esperando uma regulação. Isso não existe. Vai ficar sangrando, o risco de infecção é grande", destacou.
"Ele nem dormiu. Sem poder tomar água, porque a qualquer momento que chamar para fazer a cirurgia, ele não pode estar nem alimentado e nem tomar líquido, né? Passou a noite assim. Até no banheiro ele não foi", completou a mulher do paciente, Marilda Lima.
Outro homem que aguardava atendimento no estacionamento do HGE foi Valnei Santos, de 34 anos. Ele percorreu cerca de 400 km entre as cidades de Miguel Calmon e Salvador.
O paciente chegou ao hospital com uma fratura exposta na perna e outra no ombro. A vítima passou por dois hospitais antes de chegar ao HGE. Ele foi acompanhado pela irmã, que estava desesperada por ver o rapaz sangrando e com dores.
"A única coisa que a gente pode fazer é ir no hospital. Chega no hospital, amanhece o dia e até agora nada. Ninguém tem pena de ninguém. Esse povo parece que não tem coração", irmã da vítima.
Os pacientes só foram atendidos após as 10h. Eles foram internados na unidade de saúde e devem passar por cirurgias. Em nota, a Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que há uma regulação e que os municípios precisam aguardar uma vaga para depois deslocar o paciente.
[G1BA]
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