Mulher é torturada e morta após olhar de 'cara feia' para bandidos

Uma olhar atravessado pode ter motivado o assassinato de forma cruel da costureira industrial Ivonete de Souza Santos, 45 anos, no bairro de Cajazeiras IX, em Salvador, na noite deste domingo, 1º. Ela foi espancada, esfaqueada e baleada após olhar de "cara feia" para homens que invadiram a laje da sua casa para realizar uma festa.

De acordo com o marido da vítima, o pedreiro José Sandro dos Santos, 40 anos, cerca de 10 homens estavam na casa de um vizinho deles, identificado com Adelson, e aproveitaram a proximidade entre os dois imóveis para acessar a laje de Ivonete.

Um deles teria abordada a costureira e perguntado se teria problema de ficar no espaço. Ivonete não respondeu, mas olhou de "cara feia" para ele, segundo seu marido.

Após o fato, três homens desceram e pediram para falar com ela. Em seguida, eles arrastaram a mulher, puxando-a pelos cabelos até a rua, onde ela foi espancada. José Sandro disse que os suspeitos colocaram ele deitado no chão com uma arma no rosto e mandaram ele ficar quieto.

"Eles disseram que o problema não era comigo. Era com minha esposa, que era problemática e estava procurando confusão por conta de uma laje", relata o pedreiro.

Ivonete chegou a ser liberada pelos bandidos e foi levada para casa pelo marido, mas o casal voltou a ser surpreendido quando ele ligava para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Os criminosos voltaram e esfaquearam a mulher dentro da casa dela até quebrar uma faca. Em seguida, ela foi levada para uma localidade conhecida como Baixa, onde, segundo moradores, traficantes costumam matar suas desavenças. No local, a costureira foi baleada e teve o corpo jogado em uma vala.

José Sandro disse que conseguiu se esconder quando os bandidos invadiram sua casa e chegou a ser ameaçado pelo grupo, que disse que voltaria para matá-lo.

Marcas de sangue e tufos de cabelos estão espalhados pela rua do Caminho 2, onde fica a casa da vítima. O corpo da costureira será enterrado na cidade de Santanópolis, que fica na Região Metropolitana de Feira de Santana.

Na manhã desta segunda, 2, enquanto liberava o corpo da irmã, a bióloga Jaciene de Souza Santos, 46 anos, disse que o sentimento da família é de revolta por conta da crueldade do crime.

"Quando é uma pessoa que levou a vida com droga, a gente espera. Mas quando é uma pessoa de família, como ela, a gente não espera que morra desse jeito. Espero que a Justiça seja feita, mas sei que Justiça só de Deus", lamentou.

A Tarde

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