Clínicas clandestinas: famílias de pacientes dizem que donos das unidades fizeram empréstimos em nome dos internos na BA

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Pelo menos duas famílias de pessoas que estavam internadas nas clínicas psiquiátricas clandestinas fechadas em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, denunciaram os donos das unidades por fazerem empréstimos nos nomes dos pacientes. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) apura as denúncias.

As clínicas foram fechadas no dia 14 de abril, em uma ação conjunta entre a Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho, Vigilância Sanitária, Polícia Civil e secretarias municipais. Os locais funcionavam sem alvará e não contavam com equipes multidisciplinares para atender os pacientes.

No local, os 57 pacientes foram encontrados em situação de extrema vulnerabilidade. Além disso, dois funcionários e um paciente foram resgatados de trabalho similar ao de escravo no local.

Segundo o familiar de um dos pacientes, que não quis ser identificado, o empréstimo foi feito por um dos responsáveis pelas unidades no ano passado. O valor do empréstimo não foi informado.

De acordo com a promotora de Justiça Rocío García Matos, a utilização indevida dos benefícios previdenciários de pessoas com deficiência é considerada crime.

Após o fechamento das unidades, oito pacientes foram internados no Hospital Especializado Lopes Rodrigues; três pessoas acamadas foram encaminhadas para atendimento médico de urgência nas UPAs 24h do Município de Feira de Santana e 31 residentes retornaram ao convívio familiar.

Os demais residentes continuam no local e estão sendo acompanhados por equipes socioassistenciais. Segundo a prefeitura da cidade, eles devem ser encaminhados em breve para outras unidades.

g1 Bahia