Mais de 400 mulheres denunciam violência durante Carnaval; casos serão investigados

Se os casos de violência contra a mulher, no dia a dia, já estão entre as principais denúncias feitas à polícia, pelo 190, no Carnaval a situação é ainda mais grave, considerando os registros feitos no Ligue 180, que é a Central federal de Atendimento à Mulher. Durante a folia, em todo o estado, foram mais de 15 mil atendimentos, entre 4 e 9 de fevereiro, com 140 denúncias registradas.

 

Em Salvador, um levantamento do Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra a Mulher feito durante a folia também dá uma dimensão do problema. Apenas nos primeiros cinco dias de festa, entre a quarta-feira e o domingo de Momo, foram 461 denúncias — incluindo assédios, lesões corporais e até estupros — das 1.078 feitas ao observatório, coordenado pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur). Os casos lideraram o ranking de violência contra as minorias na festa, seguidas das denúncias de situação de vulnerabilidade social (308) e discriminação contra LGBT (182).

Um dos casos de assédio e agressão a mulheres no Carnaval deste ano foi vivido pelas irmãs Thaianna, 29 anos, e Ludmylla Valverde, 27. A situação ocorreu na sexta-feira (5), aniversário da advogada Thaianna. Ela tinha ido com a nutricionista Ludmylla curtir a banda BaianaSystem no Campo Grande. Depois, as duas foram para a Barra e esperavam a passagem de Luiz Caldas, na esquina do Barra Center.

 

Assédio e agressão
Passava das 22h e, antes que o pai da axé music chegasse, veio o trio da banda Aviões do Forró, comandando o bloco Eu Vou. “Eu estava na frente, passando batom, e vieram dois caras de dentro do bloco. Um deles meteu a mão na minha boca borrando meu batom e começou a limpar a mão suja de batom no meu corpo. Pedi para ele sair, mas ele começou a botar a mão na minha cintura”, lembra Thaianna. Ludmylla tentou intervir. Pediu, sem tocá-lo, que ele se afastasse.

“Ele começou a bater boca, que era pra eu ficar em casa, que não sabia brincar. E eu disse que aquilo não era brincadeira, que eu brincaria com quem quisesse e iria aonde quisesse”, conta a nutricionista. Ludmylla, então, foi empurrada pelo homem e caiu. Foi quando o segundo agressor entrou em cena. “Ele rumou um copo de acrílico, que ainda estava com bebida. Foi uma pancada muito forte. Antes mesmo de botar a mão, senti que o sangue estava escorrendo”, relembrou. A assessoria do bloco Eu Vou não foi encontrada para comentar o caso.correio24horas

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