Internos mantidos em cárcere davam R$ 500 ao mês a centro de reabilitação

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O proprietário e três empregados de um centro de reabilitação em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, deixavam os internos confinados em dormitórios, com portas trancadas com correntes e cadeados. As vítimas pagavam mensalidade de R$ 500 por mês. Os suspeitos foram presos em flagrante na quarta-feira (14) e apresentados nesta sexta-feira (16).
Os suspeitos, que se dizem evangélicos, atuavam no Centro de Recuperação para Dependentes Químicos Refúgio Forte e são acusados de maltratar e manter em cárcere privado os internos das instituição.
O dono tem 33 anos, não tem formação e era tratado como pastor pelos internos, segundo a polícia. "A única falha que existe na minha parte era a falta da estrutura, que não tinha adequadamente", disse o responsável pelo Centro, Alexandro Silva.
Os três outros suspeitos têm 27, 30 e 35 anos. A situação começou a ser investigada pela equipe do delegado Rogério Ribeiro, da 22ª delegacia, após denúncias de familiares.
Segundo a polícia, o local não tem alvará de funcionamento e não tem condições de higiene. De acordo com a polícia, o piso do banheiro é de terra, sem azulejos e os internos precisavam usar baciar para o banho. A polícia disse ainda que não havia qualquer apoio médico, de enfermaria ou psicológico para internos.
O delegado informou que o caso será encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que possa ser pedida a interdição do centro de reabilitação e a transferência dos cerca de 50 internos. Os quatro presos vão ficar na carceragem da delegacia à disposição da Justiça.

Do G1 BA

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