Para tratar filha com convulsões, pais buscam acesso ao canabidiol na BA

Em Vitória da Conquista, município localizado no sudoeste da Bahia, os pais de uma menina de três anos lutam na Justiça para que a filha tenha acesso ao tratamento com uma substância extraída da folha da maconha: o canabidiol.
A menina tem paralisia cerebral e sofre com crises epiléticas constantes. A mãe diz que a filha chega a ter 15 convulsões por dia e já foi internada cerca de 17 vezes em menos de um ano. "Quando ela tinha três meses, ela começou a convulsionar. Desde então, ela continua com as crises. Já usamos diversos remédios para convulsões e nenhum resolveu", relata Ana Paula Dias Lima.
A esperança da família é o tratamento com canabidiol, que é um medicamento extraído da maconha, produzido exclusivamente nos Estados Unidos. Conforme o neurologista Felipe Glass, o uso do medicamento em alguns pacientes mostrou bons resultados.

"É uma substância derivada da maconha que não tem efeito psicoativo, não causa alucinação, não causa efeitos psicotrópicos. Tem alguns estudos muito iniciais, relatos de casos, de alguns pacientes, que se mostraram promissores para o controle de epilepsias graves e refratárias - epilepsias que não respondem aos tratamentos convencionais", afirma.
O medicamento ainda não é produzido no Brasil e durante muito tempo teve o uso proibido no país. Em janeiro desse ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da substância no Brasil para fins medicinais.

Brasil para fins medicinais.
A autorização da Anvisa para importar o medicamento a família já tem. Entretanto, os pais contam que não têm condições de comprar. Uma única ampola chega a custar mais de R$1 mil e o tratamento deve ser contínuo. Por isso, os pais estão lutando para conseguir que o medicamento seja fornecido pelo estado e procuraram a Defensoria Pública.
"Nós procuramos a Defensoria Pública para estar procurando acelerar o processo, porque a criança necessita desse medicamento", afirma o pai da menina, Alexandre de Jesus.
O defensor público Pedro Fialho conta que o estado já foi procurado, mas negou o medicamento. "Nós oficiamos a secretaria de estado e recebemos respostas negativas no sentido do fornecimento dessa medicação. Daí,surgiu a necessidade de judicializar o caso, demandando junto ao judiciário", afirma.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) disse que não recebeu da Justiça nenhuma notificação para que seja providenciado o tratamento à base de canabidiol.
Por telefone, o juiz da Vara da Infância e Juventude de Vitória da Conquista disse que não poderia passar informações sobre o andamento do processo que corre em segredo de Justiça.

Do G1 BA

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