Mãe acusa enfermeira de induzir aborto no Hospital Roberto Santos

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A moradora do Cabula, Denise Soares Oliveira, 17 anos, e seu marido, Daniel Teixeira Campos, 22 anos, acusam profissionais do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), da rede estadual de saúde, de causar o aborto do bebê qu esperavam, um feto de cinco meses do sexo masculino. A paciente e os familiares dizem ter pedido o prontuário médico, receitas e documentos relativos ao procedimento, mas o hospital teria negado.

De acordo com o relato da jovem, ela vinha fazendo os exames de pré-natal normalmente em um posto de saúde na localidade da Estrada das Barreiras, no bairro do Cabula, onde mora o casal. Segundo Denise, os exames sempre deram normais. Apesar dos cuidados, no dia 14 deste mês, ela deu entrada na maternidade do HGRS se queixando de dores, onde foi diagnosticada cólica. Ela fez uso do medicamento “Buscopam” e recebeu alta. Uma semana depois, na última segunda-feira (21), a grávida voltou desmaiada e perdendo líquido para maternidade do Roberto Santos, quando começou o seu pesadelo.

Segundo Daniel, sua esposa foi colocada em uma cadeira plástica no corredor e esperou cerca de quatro horas, quando começou a sangrar e foi encaminhada ao setor de emergência. “Eles levaram ela para emergência depois de sangrar, mas não foi atendida de imediato”. Ainda de acordo com o marido da jovem, ela relatou que após uma enfermeira passar um aparelho em sua barriga, disse que o bebê estava morto e já solicitou que fosse aplicada medicação para expulsar a criança, supostamente morta.

Denise disse que a partir desse momento, em torno das 13 horas, passou a perder muito sangue e líquido. Às 16h14, a jovem passou por um exame de ultrassonografia acompanhada por uma médica que informou que o bebê estava vivo e colocou Denise para ouvir os batimentos cardíacos. Minutos depois desta ultrasson a jovem foi ao banheiro e expulsou o feto. Segundo relato da grávida, a criança se mexeu e ela ficou em pânico. “A enfermeira que aplicou o medicamento em mim, foi a mesma que pegou a criança com toalhas e levou sem deixar que ninguém pudesse ver”, afirma Denise.

Um laudo do exame de ultrassonografia emitido por uma médica mostra que a criança tinha os batimentos cardíacos normais, bem como o líquido amniótico da grávida. O horário da realização da ultrasson, marcado na tela, às 16h14, mostra que o procedimento teria sido realizada horas depois da enfermeira informar a Denise que o bebê estava morto. Dessa forma, o horário do exame estaria contradizendo a avaliação da profissional de enfermagem e principalmente sua decisão de medicar a grávida para expulsão do feto. Segundo o marido de Denise, a enfermeira teria induzido o aborto da criança de cinco meses. “São muitas contradições. Como a enfermeira diz que bebê está morto e horas depois a médica faz um exame e diz que a criança está viva. Denise ouviu até os batimentos cardíacos”, relata. 

Denise ficou internada até a terça-feira (22), sem ver o feto ou ter alguma informação sobre o que realmente aconteceu com a criança. Familiares e Denise pediram o prontuário médico (todos os documentos referentes a consultas, exames, medicações e outros procedimentos realizados com a paciente dentro do hospital), mas o HGRS negou. Apenas foi dada uma explicação de que o bebê já estava morto.

Não foi apresentada nenhuma guia de sepultamento para natimorto (denominação dada ao feto que morreu dentro do útero ou durante o parto). O Hospital forneceu um relatório médico no qual aponta que Denise já chegou na maternidade do HGRS com sangramento. O casal contesta e afirma que ela apenas perdia líquido. “Ela foi internada sem ficha de internamento. O sangramento foi o motivo de terem atendido ela, porque quando era apenas líquido, ela sofreu na cadeira", rebate.

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