Mulher é presa suspeita de espancar 'filhos adotivos' em Tatuí

Três mulheres foram presas suspeitas de envolvimento em um caso de adoção ilegal e tortura de quatro crianças em Tatuí. A informação foi divulgada pelo Conselho Tutelar de Tatuí (SP), na noite de sexta-feira (18). Segundo o órgão, três meninos de 7, 8 e 11 anos e uma menina, de 4 anos, eram espancados e ficavam trancados em um "quarto da tortura", um cômodo sujo, sem ventilação e que era usado para guardar ferramentas agrícolas.
De acordo com informações do Conselho Tutelar, a mãe biológica entregou as crianças para uma mulher de 44 anos alegando falta de condições de criar os filhos. A "mãe adotiva" e a filha dela, de 21 anos, mantinham uma rotina de surras e maus-tratos às crianças. As agressões aconteciam por motiveis fúteis, como quando algum deles não fazia a lição de casa, ainda segundo o órgão.A suspeita cuidava dos menores desde 2012, quando foram entregues pela mãe biológica, de 30 anos.
Mãe e filha vão responder por crimes de tortura e cárcere privado, enquanto a mãe biológica ficou presa por abandono. Elas também responderão por documento falso e falsidade ideológica. Elas foram encaminhadas para a cadeia de Cesário Lange (SP). Já as crianças ficaram em um abrigo municipal.
As agressões
De acordo com a conselheira tutelar Fabiana Cristina Campos, que atendeu o caso, um dos irmãos, o de 8 anos, foi encontrado na sexta-feira com dezenas de ferimentos pelo corpo depois que apanhou com tiras de borracha.

O presidente do Conselho Tutelar de Tatuí, Luiz dos Santos Neto, afirmou que conversou com a criança que contou o que acontecia na casa. “O menino relata que não só ele como os irmãos também passam por situações que vem acontecendo como castigo, tortura, locais insalubres, ficarem trancados. Uma tristeza, quem deveria estar protegendo está violando direitos das crianças”
O caso foi descoberto depois de denúncias anônimas. Ainda segundo a conselheira tutelar Fabiana, o “quarto da tortura” ficava nos fundos da casa onde, além da mãe e filha agressoras, viviam outras pessoas. “Era uma casa grande com muitas famílias morando juntas no mesmo ambiente e um lugar um pouco sujo”, conta.

Do G1 Itapetininga e Região

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