Vítima de 42 paradas cardíacas em 1 dia espera remédio há quase 9 meses

Um homem de Votorantim (SP) que sofre de uma doença rara que pode causar um tipo de "morte súbita" espera há quase nove meses que o Estado de São Paulo cumpra a ordem judicial determinando a entrega do remédio para seu tratamento.
Ele é portador da síndrome de Brugada, que causa fortes arritmias no coração. Wallace Andrade da Silva, de 26 anos, chegou a ter 42 paradas cardíacas em um período de 13 horas.
O medicamento usado para combater os efeitos da doença é a Quinidina, que tem venda proibida no Brasil. A ordem para que ele seja fornecido ao paciente foi expedida pela Justiça no dia 22 de abril e, apesar da multa diária de R$ 100, até esta sexta-feira (18) ainda não havia sido cumprida pela Secretaria de Saúde. Atualmente, a multa que o Estado pode ser obrigado a pagar pela demora na entrega do remédio já chega a quase R$ 24 mil.
Em nota, a Secretaria de Saúde diz que é "incorreto dizer que o Estado não esteja cumprindo a determinação judicial" alegando que o "produto inexiste no mercado" nacional. O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba informa que iniciou o processo de compra do medicamento Quinidina assim que foi notificada. “Porém, o distribuidor do produto informou que o remédio não está mais sendo produzido ou comercializado no Brasil”, explica.O DRS alega também que chegou a oferecer uma caixa de Quinicardine (nome comercial do medicamento cujo principio ativo é a Quinidina) e disponibilizou para retirada, “porém não houve interesse por parte do paciente, alegando não se tratar do mesmo medicamento”.
A secretaria solicitou "que o médico indique alguma alternativa terapêutica para o caso" e aguarda manifestação da Justiça.
De acordo com o advogado da família, Vinícius Cirilo, um laudo médico foi anexado informando a secretaria que o remédio não pode ser substituído. “Estamos com uma briga com o Estado. Eles falam que o remédio tem que ser importado e fornecem outros nomes. Mas eles fazem uma pesquisa simplória na internet e acham que é a mesma coisa. O Wallace tem que tomar esse remédio em específico”, afirma, ao especificar que aguarda uma nova determinação da Justiça. Cirilo afirma ainda que, após a sentença do juiz, irá analisar se eles devem entrar com o pedido para que o estado tenha que pagar a multa ou não.Leia mais em:Do G1 Sorocaba e Jundiaí

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